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Ilha dos Sinais: Poveglia – As Vozes do Tempo

Local: Veneza, Itália


Foto: Internet/Pesquisa


A ilha foi usada para afastar as pessoas em uma época distante, que eram consideradas doentes e necessitavam de isolamento, seja por motivos da peste negra em um determinado ano, ou por suas condições psicológicas em uma outra época. Contudo eram anos onde a medicina e a ciência não possuíam ainda tecnologia avançadas para detectar essas doenças.


Na própria questão da peste negra, bastava dar um espirro que a pessoa já era considerada com peste negra, e não davam a ela nem o tempo de dúvida se realmente sofria desse mal, ou aquele espirro era apenas uma gripe simples ou uma alergia momentânea. O medo local era tão grande que essas pessoas eram enviadas para a ilha, e lá ficavam para morrer.


Passou a ser vista como sendo um local macabro, de morte. E devido a suas lendas e/ou histórias reais, o local não pode receber o público. Tornou-se um roteiro fechado à visitação. Ainda, assim o local está à venda, mas sem nenhum cuidado ou preocupação em restauro e sem nenhum procura. A ilha permanece fechada.


Tornou-se um local esquecido no tempo, deixada ali para morrer, assim como seus diversos pacientes. E tornou-se a ilha do medo, da morte. Medo...


Medo que assombrou uma cidade e os fez levar pessoas, vidas humanas de adultos e crianças para longe. Para ser isoladas. Esquecidas. Mortas.


Acredito sim que a ilha seja a ilha do medo, da morte. Mas da visão dos que eram levados para ilha. Pessoas que foram arrancadas da sociedade, e deixadas ali para morrer... Um local desconhecido, vazio. Que não podiam voltar para seu porto seguro, e tiveram que aprender a sobreviver e muitos encontraram na “loucura” ou em suas lendas individual, no misticismo uma fonte de viver os dias que ainda lhe restavam. Dias em uma ilha que não conheciam. Dias para morrer.


Foto: Internet/Pesquisa

Como seria viver cada dia, descobrindo aquele novo lugar? Mas sabendo que o motivo que os levou para lá, era para morrer. Que eram amaldiçoados por uma doença que nem ao mesmo consigam entender. Que foram dados como sem cura.


Como aceitar a morte, sem nem ao menos conseguiram aceitar as condições de vida?


Muitos espíritos vagam pela ilha, aprenderam que ali era o único lugar que consideravam como casa. Muitos devem vagar ainda tentando entender o motivo da ida para ilha. Outros morreram dentro de suas alucinações, e sendo dessa forma que conseguiram se adaptar, acreditam após a morte ainda ser uma vida real.


Estariam eles tentando explicar paras as pessoas que chegam no local, o que passaram? E estariam os vivo conseguindo entender esses sinais? Ou são esses sinais que foram interpretados como um energia tão densa que os fez passar mal? Com certeza, existem na ilha Fantasmas carregados de energias fortes, mas também existem Encantados que não estão dispostos a fazer mal aos que chegam como visitante, apenas tentam se fazer presentes.


Imaginem a alegria de uma pessoa que vive num lugar esquecido pelo tempo, ao receber visitas? Não seriam nós, vivos, visitantes a esses espíritos?



Não seriamos nós, vivos a salvação dessas pessoas já desencarnadas, de formas diversificadas? Aos que puderem ouvir, ver, entender. Aos que puderem ajuda-los a compreender suas condições. Se para nós, vivos, as vezes precisamos de outra pessoa apenas para escutar nossos problemas, eles não estariam tentando fazer o mesmo através do único jeito que conhecem, por sinais? A ilha do medo... Do medo dos que foram esquecidos ali para morrer.


Quantos sinais eles já não tentaram passar? Fique longe! Cuidado é perigoso! Vocês não sabem o que vão encontrar por aqui... Se eles, hoje espíritos não sabiam no passado, eles acham que nós vivos também não sabemos. E será mesmo que sabemos de todos os segredos e mistérios da ilha?


Afirmo que não. O que nós consideramos como mistérios, era para eles algo simples. Dizer que uma determinada localização da ilha é assombrada, e que sentiu a presença de espíritos, é real.


Foto: Internet/Pesquisa

Muitas fotos são assustadoras, causam estranheza ao olhar. Mas se conseguirmos ver de outra forma, elas também passam uma paz, um encantamento, a natureza tentou redesenhar cada ambiente com flora, com fauna, com luz. Estaria a natureza tentado dar um conforto a esses espíritos e diminuir o medo e a dor que passaram. E ainda passam? Pois tenho certeza de que muitos espíritos se quer sabem que morreram e muitos outros apesar de talvez entenderem sua morte, sintam-se presos ao local e continuam eternamente vivenciado a dor, o medo e a tristeza que os acompanhou por tantos anos.


E em suas formas rústicas de conhecimento tentam avisar aos que chegam do medo de que eles viveram. Medos reais e imaginários. Mas que essas pessoas não tinham como distinguir realidade de ficção, pois todas ali, estavam na mesma situação: Com medo de morrer, com medo de serem esquecidos, como medo de serem o próprio medo.


Outra questão me intriga nessa ilha, vista sob um outro ângulo, a ilha é um sinal: tem o formato geológico de um sino, não sei se foi desenhada propositalmente ou se a natureza a criou nesse formato. E desde sua criação o símbolo do sino já seria uma pista ou uma forma de alertar as pessoas, dos enigmas quem um dia ali existiram.


O sino, um objeto que apenas emiti um som. Mas um som que é um alerta. Exatamente como essas pessoas ou esses espíritos fazem, emitem um alerta.


Foto: Internet/Pesquisa

Alerta esses que assusta, pois apesar de todo o nosso conhecimento, ainda temos muito por aprender. Assim como eles temos medo. Medo do desconhecido. Sentir por segundos (o que muito nos parece uma eternidade), para eles acredito seja uma forma de falar o que eles passaram, contudo não foram por segundos, mas por anos. Estão alertando e/ou pedindo ajuda.


É um local natural, possui uma natureza que já existia e a natureza que se mesclou com a vida humana pós morte, uma natureza de sinais.




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